Desafios Impactam Desempenho do SANB11 no Quarto Trimestre de 2023

Desafios Impactam Desempenho do SANB11 no Quarto Trimestre de 2023

O Santander Brasil (Código SANB11) enfrentou um início desafiador na temporada de resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), trazendo notícias que não foram bem recebidas pelos investidores. Os analistas indicam que o “bancão” pode demorar a alcançar o ponto de virada, e as Units SANB11 registraram uma queda de 2,64%, sendo cotadas a R$ 28,43 às 10h33 (horário de Brasília).

Durante os últimos três meses do ano anterior, o banco apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 2,204 bilhões, um valor 23% inferior à projeção do consenso LSEG de R$ 2,87 bilhões. Apesar do crescimento anual de 30,5% no resultado, impulsionado em parte pelo impacto positivo do efeito Americanas no 4T22, a variação em relação ao terceiro trimestre de 2023 foi negativa, registrando uma queda de 19,2%.

Os números divulgados reforçaram a cautela dos analistas em relação ao papel do Santander. O Citi ressaltou que o lucro antes de impostos (EBT) ficou ainda mais abaixo de suas projeções, alcançando R$ 1,9 bilhão no período, uma redução de 46%. Embora o crescimento da carteira de crédito tenha se acelerado (+9% na base anual versus +8% no 3T23), a margem de juros líquida (NIM) permaneceu estável em 9,6%. O banco observou uma deterioração na qualidade dos ativos, com a formação de inadimplência (NPL formation) aumentando de 4,3% no 3T23 para 5,5%, enquanto os empréstimos renegociados diminuíram de 6,8% do total para 6,3% em termos trimestrais.

O índice de cobertura de inadimplência, que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes, teve uma deterioração de 230% para 221%, apesar do aumento de 22% em termos trimestrais nas provisões.

O Citi avalia que, apesar dos esforços do Santander em ajustar seu perfil de risco e demonstrar um maior apetite ao risco, as tendências subjacentes da qualidade dos ativos podem levar mais tempo do que o esperado para melhorar. Eles mantêm uma recomendação neutra para SANB11, com um preço-alvo de R$ 27, representando uma queda de 7,5% em relação ao fechamento anterior.

Em 2023, o lucro do Santander no Brasil experimentou uma redução significativa, caindo 27,3% para R$ 9,383 bilhões. Além do impacto do caso Americanas, o banco adotou uma abordagem conservadora na concessão de crédito, diminuindo as margens. Paralelamente, as provisões contra inadimplência permaneceram elevadas para enfrentar atrasos de operações concedidas até o final de 2021.

O Bradesco BBI observou resultados mistos, destacando uma aceleração no crescimento do crédito e melhores tendências nos resultados de tesouraria. No entanto, a formação de inadimplência deteriorou-se, especialmente devido à carteira renegociada, enquanto as despesas de provisão foram impactadas por fatores específicos e outras empresas atacadistas.

De acordo com o BBI, as despesas operacionais sofreram pressão devido ao acordo coletivo e ao processamento de dados relacionados a projetos estratégicos e publicidade. O banco mantém uma recomendação “underperform” (desempenho abaixo da média, equivalente à venda), com um preço-alvo de R$ 32, representando um aumento de 10%.

Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, destaca que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) está em 12,3%, ainda distante do patamar pré-pandemia, quando o banco alcançou um ROE de 20%. Isso reforça o longo caminho que o Santander ainda precisa percorrer para elevar sua rentabilidade.

Após a divulgação dos resultados, o Goldman Sachs reiterou a recomendação de venda para as units, estabelecendo um preço-alvo de R$ 27, alinhando-se com o Citi. Por outro lado, o JPMorgan adotou uma postura neutra em relação aos papéis. Segundo a compilação LSEG, das 13 casas que cobrem o papel, 11 mantêm uma recomendação neutra, enquanto 2 sugerem a venda, com um target de R$ 28,66, representando uma baixa de 1,85% em relação ao fechamento anterior.

Este cenário desafiador coloca em evidência os obstáculos que o Santander enfrenta, e investidores e analistas aguardam atentos por sinais de uma possível reversão desse quadro no futuro próximo.

Baseado no Conteúdo original Estadão e no portal InfoMoney

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