Como Aumentar Sua Produtividade Se Livrando da Preguiça

Como Aumentar Sua Produtividade Se Livrando da Preguiça

Segundo o dicionário Oxford, preguiça é quando a pessoa tem “relutância em trabalhar ou ser ativo; fazer o mínimo possível”. Pais e mães usam essa definição há anos para criticar os filhos e filhas que eles consideram preguiçosos, e você provavelmente já ouviu frases como: “Pessoas preguiçosas não têm sucesso na vida”, “Seja trabalhador e se torne líder; seja preguiçoso e nunca terá sucesso”, “Uma pessoa preguiçosa, mesmo talentosa, nunca terá sucesso como uma pessoa trabalhadora”, “Seja mais como sua irmã, que é uma batalhadora”, “Ofereça um ovo para um preguiçoso e ele vai querer que você descasque para ele”. E por aí vai.

Com essas frases, já dá para entender que a preguiça é vista como algo negativo e que quem é preguiçoso não tem sucesso na vida. As pessoas preguiçosas não conseguem fazer nada sozinhas e sempre dependem dos outros. Você lembra daquele colega da escola que nunca fazia as atividades e sempre copiava dos outros colegas? Pois é, ele é um exemplo típico de preguiçoso e, por isso, pode ser considerado um fracassado.

Mas será que a preguiça sempre é ruim? Será que existe um tipo de preguiça que é aceitável e até mesmo necessária? É aí que entra a preguiça estratégica.

Neste artigo, você vai entender por que a preguiça é mal vista. Por que a maioria das pessoas acredita que a preguiça é o oposto do sucesso? A história do João, o mecânico preguiçoso, pode ajudar a explicar a relação entre preguiça e sucesso:

A História de João

João herdou a oficina mecânica de carros do seu pai, e trabalha lá como mecânico. Mas ele é conhecido pelos seus clientes, amigos e familiares, como “João, o mecânico preguiçoso”, por causa dos seus surtos frequentes de preguiça. João prefere jogar videogame e assistir TV do que consertar carros dos seus clientes. Não que ele não faça os reparos, mas ele faz no próprio tempo e ritmo, sem se esforçar muito.

Por causa dos seus hábitos, João ganhou a fama de preguiçoso estereotipado: ele faz o mínimo necessário para sobreviver e passa a maior parte do tempo na frente da TV. Isso seria bom se ele fosse um crítico de cinema ou jogador profissional, mas não é o caso. Ele é apenas um procrastinador que não cumpre com a sua palavra, o que não ajuda em nada a sua reputação.

A preguiça de João não é boa por algumas razões. Primeiro, a preguiça leva à procrastinação. Quando João prefere jogar videogame ao invés de trabalhar, ele está deixando para depois o que precisa ser feito. E isso pode levar a uma execução ruim ou até mesmo a não execução da tarefa. Essa procrastinação leva a uma falta de confiabilidade, tanto na pessoa quanto nas tarefas que ela é responsável.

João tem as habilidades para consertar carros, mas a sua preguiça faz com que ele seja pouco confiável como amigo, membro da família e mecânico. Os clientes não sabem se vão receber os carros reparados a tempo, e se os reparos serão feitos com qualidade. Seus amigos não podem contar com ele quando precisam de ajuda e a sua família não pode confiar que ele irá ajudar nas despesas de casa, já que o negócio não está indo bem devido à sua preguiça.

A Preguiça pode Afetar Sua Saúde

Outro fator negativo da preguiça é que ela pode prejudicar a sua saúde. Ficar muito tempo sentado no sofá ou deitado na cama, pode fazer mal para a saúde, aumentando as chances de doenças cardiovasculares, como a doença coronária. Quando não se pratica atividade física, o ganho de peso pode levar a problemas no coração.

Além disso, a preguiça também está associada a riscos como depressão, dores nas costas e diabetes. O João por exemplo, sabe bem como a preguiça pode afetar a sua saúde. Dizem que a prática leva à perfeição, e isso é verdade até mesmo para a preguiça. O problema é que quanto mais preguiçoso você é, mais difícil se torna deixar esse hábito.

Além dos riscos para a saúde, a preguiça pode levar à falta de confiabilidade e procrastinação. O resultado é que você pode acabar ficando tão bom em ser preguiçoso que se torna difícil sair desse estado, mesmo que você queira mudar. Talvez neste momento, você nem esteja pensando muito no João, o mecânico.

Mas é justo mencionar que ele não gosta de ser chamado de “Mecânico Preguiçoso”. Às vezes, ele quer mesmo se esforçar para mudar seus hábitos preguiçosos por outros mais saudáveis. O problema é que ele acaba voltando para os mesmos velhos hábitos preguiçosos que tem há anos, e agora é um expert em preguiça.

Isso não significa que seja impossível para João mudar, mas vai exigir muito esforço consciente, e tempo para que ele consiga se livrar desse vício. Por fim, o efeito que a preguiça tem na sua mente, é ainda mais preocupante. Quando você é constantemente preguiçoso, sua mente se acostuma a tomar a decisão fácil de não fazer nada.

Com o tempo, você pode perder a motivação para fazer as coisas, mesmo quando os benefícios são grandes. Acaba sendo mais fácil ficar parado do que fazer algo para mudar a situação.

Preguiça Estratégica

O que é exatamente a preguiça estratégica? Assistir TV ou jogar videogame como o João, o mecânico, não é algo ruim.

Na verdade, passar um dia inteiro alternando entre essas distrações pode ser saudável. Mas isso só é possível se você for criativo e estratégico com sua preguiça. A preguiça Estratégica é uma arte que foi esquecida. Isso porque foi imposto na mente das pessoas que trabalhar horas longas e ser perfeito é a fórmula padrão atual para o sucesso.

Se você passa seu fim de semana assistindo a uma maratona de uma série em vez de levar trabalho para casa, parece estranho. Se você não busca a perfeição no trabalho, não está se apresentando de forma ideal. Por isso, qualquer tipo de preguiça é considerada por muitos como algo negativo. Você já ouviu falar do Princípio de Pareto? Não? Sim? Basicamente, esse princípio afirma que 80% do efeito em uma situação, geralmente vem de 20% do esforço empregado.

A preguiça estratégica exige que você identifique as tarefas de alta importância para você, empregue todo o esforço necessário para concluí-las efetivamente e, em seguida, passe o resto do dia fazendo o que quiser. O segredo é separar as tarefas que nos deixam cansados, sem contribuir para alcançar nossos objetivos, das tarefas que podem ser desafiadoras, mas que trarão melhores resultados.

Ana é expert em fazer listas de tarefas. Ela não é minimalista em sua vida, pois guarda muitas coisas, mas suas listas são geralmente bem simples. Antes de adicionar uma tarefa à sua lista, ela sempre se questiona se realmente tal tarefa é necessária. A maioria de nós se sente sobrecarregada por uma lista interminável de tarefas que pode incluir coisas que não precisamos realmente fazer.

Isso pode levar ao cansaço depois de um dia fazendo tudo e qualquer coisa ou pura preguiça por termos medo de enfrentar as tarefas. Siga o exemplo de Ana e faça uma lista de tarefas mais curta. Como disse Mark Twain: “Coma um sapo vivo logo pela manhã e nada pior acontecerá com você durante todo o dia”.

Essa frase pode parecer estranha, mas há uma dica por trás dela para quem quer ser estrategicamente preguiçoso. No livro “Coma o Sapo!” de Brian Tracy, ele ensina que devemos enfrentar a tarefa mais difícil logo pela manhã, e o resto do dia será fácil. Quando enfrentamos o sapo logo pela manhã, é menos provável que procrastinemos ou fiquemos preguiçosos depois.

Porém, se começarmos pelas tarefas mais simples, o sapo parecerá ainda mais assustador. A preguiça estratégica também envolve fazer pausas ao longo do dia para recarregar as energias e manter a produtividade em alta. Ana faz uma pausa de 30 minutos a cada duas horas para checar o Instagram ou jogar no celular.

Para quem não está acostumado com essa prática, 30 minutos a cada duas horas pode parecer uma perda de tempo e preguiça. Mas essas pausas sem culpa permitem que Ana diminua o ritmo do seu cérebro ativo, e permite também que o subconsciente trabalhe um pouco enquanto ela se distrai. Além disso, como faz parte da sua rotina, ela não sente culpa por se distrair.

Por último, mas não menos importante, é essencial programar um tempo livre durante a semana para simplesmente relaxar e curtir a preguiça. Os fins de semana são sagrados. Durante a semana, sua rotina é apertada, mas nos finais de semana ele só quer socializar com a família, relaxar e assistir a alguns jogos de futebol, e às vezes, simplesmente dormir.

Seu chefe acha que Carlos é muito rígido com seus fins de semana, e às vezes pede para ele atender ligações mesmo durante seu tempo livre. Carlos responde: “Se eu atender suas ligações, posso fazer um trabalho abaixo do padrão e não desempenhar o meu melhor durante a semana. Ou posso fazer um excelente trabalho durante a semana – o que estou fazendo – e depois não ter você me incomodando quando estou assistindo Netflix.”

A regra da preguiça estratégica é ser produtivo quando não há tempo livre. Relaxar só pode acontecer quando alguém está tenso; não quando passou toda a semana no sofá, sem fazer nada, e agora planeja mais uma semana, ou três semanas de tempo livre. Isso é apenas ser preguiçoso do tipo João. Em resumo, a preguiça não é só negativa; existe um tipo bom de preguiça.

A preguiça planejada, ou merecida, é benéfica para desligar a mente e descansar, planejar e ser criativo. Mas é importante lembrar que a preguiça estratégica não acontece da noite para o dia. É preciso começar aos poucos, programando momentos de descanso e lazer na rotina semanal, priorizando atividades relaxantes e estabelecendo limites claros entre trabalho e lazer.

Com o tempo e a prática, é possível aprimorar a preguiça estratégica e colher seus benefícios, como aumento da produtividade e criatividade. Mas é importante encontrar o equilíbrio certo entre trabalho e descanso, de acordo com as necessidades de cada pessoa. O autoconhecimento e a reflexão são fundamentais para identificar os momentos de descanso, e intensificar o ritmo de trabalho quando necessário.

A prática da preguiça estratégica não significa procrastinar ou ser preguiçoso o tempo todo, mas sim utilizar o descanso como uma ferramenta para alcançar melhores resultados.

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